O segmento de fusões e aquisições (M&A)  está se recuperando, e muito, em 2018. Passados doze meses da pior crise econômica da história recente do Brasil, a economia brasileira vem apresentando sucessivos sinais de reaquecimento. A inflação fechou 2017 em 2.95%, abaixo do piso da meta fixada pelo governo, e o PIB cresceu 1.0%, após 2 anos consecutivos de retração. Espera-se ainda um crescimento superior a 2.5% para 2018.

Estes indicadores, somados a um maior nível de confiança dos empresários, têm refletido no volume de Fusões e Aquisições (M&A) no país. Enquanto em 2017 houveram 643* transações de compra, venda e fusão de empresas, apenas nos três primeiros meses de 2018, 153 operações já foram concluídas.

Os setores de Tecnologia da Informação, Serviços, Financeiro e Químico foram os grandes destaques até o momento, representando mais de 52% das transações do período. Assim como nos últimos anos, a região Sudeste foi a que concentrou o maior volume de negócios, aproximadamente 73%.

Os investidores nacionais têm exercido um papel fundamental neste movimento, sendo responsáveis por 62% do total de negócios realizados, em linha com o observado nos últimos três anos. Destaca-se, no entanto, a atuação de investidores americanos, alemães e franceses, que foram responsáveis por 49% das operações de Fusões e Aquisições realizadas no Brasil com capital externo.

A baixa participação de investidores estrangeiros, que historicamente concentravam o maior volume de operações, ainda é reflexo da falta de confiança na condução política e econômica do país. As perspectivas, no entanto, são muito positivas. A adoção de medidas econômicas mais austeras, associada à redução das taxas de juros ao menor nível já visto no país, tendem a trazer confiança aos investidores e consumidores. Incertezas políticas serão reduzidas significativamente até o final do ano, com a eleição de um novo presidente democraticamente escolhido.

Por fim, a nova realidade econômica brasileira, com juros baixos e inflação controlada, induzem o investidor a alocar parte de seu capital em negócios atrelados a economia real, na busca de níveis mais elevados de rentabilidade, outrora oferecidos por títulos públicos do governo. Após longo período de baixa atividade, o momento atual é de se movimentar.

 

* Segundo dados da PwC

Artigo escrito por Matheus Rigueira –Associado da FC Partners

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