A moeda foi durante séculos o principal meio de circulação da riqueza mundial, sua criação surgiu para desempenhar três funções primordiais:

  • Meio de troca: assumindo a função de intermediário entre as mercadorias;
  • Unidade de conta: assumindo a função referencial das trocas, ou seja, padroniza que as mercadorias sejam expressas em valores;
  • Reserva de valor: garante que o poder de compra se mantenha no tempo.

Em meio a necessidade de garantir que essas funções fossem perpetuadas e que seu uso fosse regulado, dando fluidez nas transações, foram criadas as Instituições Financeiras, que atualmente desempenham a importante função na relação entre Poupança, Consumo e Investimento.

De acordo com teoria clássica de algumas escolas econômicas, a geração de riqueza de uma nação pode ser medida pela capacidade dos agentes em poupar recursos, e para que essa relação entre Poupadores e Investidores tenha equilíbrio, a escolha intertemporal entre poupar ou consumir no tempo presente, precisa passar por uma correção monetária, ou seja, taxa de juros.

Assim, as Instituições Financeiras, através de sua expertise de alinhar as expectativas futuras de poupadores com a busca de projeções de crescimento de investidores, assumem papel para o financiamento do mercado, intermediando um ciclo de alavancagem do desenvolvimento de uma economia:

Fonte: Elaboração Própria

Nesse cenário, surgem as alternativas de alocação de capital em certos Projetos de Investimentos, que são avaliados diariamente pelas Instituições Financeiras a fim de buscar o maior retorno possível, reduzindo o custo e esforço do poupador individual na busca da melhor rentabilidade (TIR) e o menor prazo de retorno (payback).

O prazo de maturação dos investimentos está diretamente relacionado à Liquidez dos Ativos, pois projetos com prazos mais longos geralmente apresentam maior retorno, contudo maior risco. As durações dos empreendimentos estão relacionadas às diferenças tecnológicas empregadas nas cadeias de produção adotadas, determinando assim, a sua liquidez.

Dado que a liquidez de um Ativo é uma medida da velocidade em que agentes conseguem convertê-lo em poder de compra (consumo), o receio por parte dos indivíduos em não conseguir converter com a rapidez desejada a preços estabelecidos dá origem ao Risco de Liquidez. Este risco é acentuado pelo cenário macroeconômico, pois não só o retorno sobre o investimento está relacionado à capacidade da atividade produtiva local, quanto a capacidade dos investidores em honrar seus compromissos assumidos com os poupadores.

Em períodos de crise, como a que o mundo vem enfrentando atualmente, por conta do COVID-19, há uma grande busca por Liquidez, visto que os agentes passam a ter incertezas sobre rentabilidade futura de projetos. Essa onda de busca a Liquidez acabou por alterar fortemente as estratégias das Instituições Financeiras nacionais:

Fonte: Demonstrações Financeiras

Nesse momento, as empresas estão em uma intensa busca de capital para reforçar o seu caixa. Capital necessário não somente para sustentar a operação momentaneamente deficitária, tendo em vista a inadimplência e queda de receita, mas também de aproveitar as oportunidades estratégicas de domínio de mercado, como por exemplo, aquisições e aberturas de novas unidades de negócios.

A disponibilidade de recursos sob custódia das Instituições Financeiras em períodos de crise tende a ser mais abundante, já que as famílias, em geral, passam a racionar seu consumo no curto prazo para ter segurança da possibilidade de consumo no longo prazo, dadas as incertezas.

Mesmo dotado de maior poupança para alocação, o Risco de Crédito é maior, ou seja, há um crescimento da probabilidade de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados. Por não verem liquidez em muitos dos projetos, principalmente das pequenas e médias empresas, essas Instituições acabam por não repassar capital a esses agentes, que exercem função fundamental na sustentação econômica nacional.

As empresas que estão em busca de capital nesse momento, principalmente destinados a Projetos, precisam comprovar as Instituições Financeiros sua capacidade futura de geração de caixa, através uma tese de investimento atrativa e um plano de negócios bem elaborado, que comprove a viabilidade do projeto.

ARTIGO ESCRITO POR JACKSON MOL – ASSOCIATE DA FC PARTNERS

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