O crescimento sustentável de uma companhia exige além de organização, a adoção de várias práticas e ferramentas de controle e gestão, como por exemplo, o Planejamento Estratégico, Orçamento Empresarial, Conselho de Administração, Acordo de Sócios, etc. Além das diversas práticas de Governança Corporativa, abordadas nos artigos sobre os temas ORÇAMENTO EMPRESARIAL, PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ACORDO DE SÓCIOS, existem ferramentas e práticas simples, utilizadas no dia a dia, que são imprescindíveis para monitorar a saúde e performance financeira de uma empresa, como por exemplo o Fluxo de Caixa.

De forma prática, o Fluxo de Caixa pode ser explicado como uma ferramenta de gestão financeira que possui como objetivo o acompanhamento e controle dos saldos financeiros e do fluxo de entradas e saídas de recursos de uma empresa.

Utilizado para auxiliar no planejamento financeiro e no processo de tomada de decisões, o Fluxo de Caixa é considerado, por muitos especialistas, a principal ferramenta para determinar a saúde financeira de qualquer negócio ao longo de determinado período de tempo. Ela permite que gestores e sócios analisem eventuais necessidades de captação ou alocação de recursos, tornando mais fácil a identificação de desvios e suas causas.

Além de permitir acompanhar o desempenho de caixa passado, a ferramenta também deve ser utilizada de forma preditiva, permitindo aos gestores e sócios analisarem a geração de caixa futura de uma empresa conforme premissas estipuladas pelos mesmos, geralmente em conformidade com o Orçamento Anual. Apesar de as projeções poderem ser realizadas em base mensal, trimestral, semestral ou anual, é fundamental acompanhar a projeção diária do Fluxo de Caixa pois um determinado período mensal pode apresentar saldos positivos, porém a análise diária pode apresentar frequentes saldos negativos, comprometendo a operação da empresa.

Para resultados eficientes, é fundamental o acompanhamento frequente do Fluxo de Caixa. É comum o comparativo e análise mensal entre o Orçado x Realizado, tornando possível identificar importantes desvios com antecedência, de maneira a garantir a otimização e eficiência na alocação de recursos.

Para utilizar o Fluxo de Caixa são necessárias as seguintes informações:

  • Saldo inicial à Recursos disponíveis para utilização (Ex: Saldo Bancário, Dinheiro em Espécie, etc)
  • Entradas à Recursos provenientes da venda de produtos ou serviços, aportes de sócios, captação de financiamentos, venda de ativo imobilizado, etc.
  • Saídas à Custos e Despesas incorridos durante a operação (Ex: Fornecedores, Salários, Pagamento de Impostos, Amortizações Bancárias, CAPEX, etc).
  • Saldo Final à Resultado obtido pela seguinte equação: Saldo inicial + Entradas – Saídas

Um Fluxo de Caixa eficiente deve abranger as métricas citadas acima, mas também o Orçamento Anual da companhia, auxiliando os sócios nas decisões de curto, médio e longo prazo.

Após elaborar o Fluxo de Caixa, existem diferentes analises que podem ser realizadas, como por exemplo a segregação entre o Fluxo de Caixa Operacional e o Fluxo de Caixa Financeiro.

Fluxo de Caixa Operacional à Demonstra a geração de caixa, em determinado período de tempo, considerando apenas as movimentações necessárias para a operação da companhia (Ex: Receitas provenientes da venda de produtos e despesas relativas à Fornecedores).

Fluxo de Caixa Financeiro à Demonstra a geração de caixa em eventos financeiros que não abrangem a operação da companhia (Ex: Captação de Financiamentos, aportes de sócios, Amortizações Bancárias e CAPEX).

É comum existirem empresas que possuem o Fluxo de Caixa Operacional saudável, porém ao acrescentar o Fluxo de Caixa Financeiro o negócio apresenta sérias dificuldades devido, por exemplo, ao alto grau de endividamento registrado.

Abaixo é possível observar um exemplo fictício de Fluxo de Caixa projetado para o mês de Fevereiro.

Resultados com maior grau de assertividade, tomadas de decisões eficientes e antecedência são algumas das vantagens proporcionadas pelo Fluxo de Caixa. Conhecer, utilizar e acompanhar frequentemente essa ferramenta permite aos sócios identificar problemas futuros, tornando possível buscar, com antecedência, formas para refinanciar o negócio e ter um controle financeiro sustentável. A falta de controle financeiro é resultado direto do desconhecimento ou falta de acompanhamento do Fluxo de Caixa. Ignorar essa importante ferramenta significa abrir mão da saúde financeira da companhia.

ARTIGO ESCRITO POR PEDRO FENATI – SÓCIO DA FC PARTNERS

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