Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Governança Corporativa é “o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”. Seus quatro pilares são: transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.

De forma sucinta, pode-se dizer que os principais objetivos da Governança Corporativa são: assegurar que a atuação dos executivos da empresa esteja alinhada com os interesses dos acionistas e tornar as informações das empresas mais acessíveis e confiáveis a todos os stakeholders.

As práticas de Governança Corporativa ganharam destaque na agenda das empresas nas últimas décadas, motivadas principalmente por escândalos financeiros ocorridos a partir de 1990, envolvendo renomadas empresas multinacionais.

Não obstante a relevância do tema, ainda existem companhias que subestimam a sua importância, o que muitas vezes resulta em problemas de gestão, conflito entre acionistas e impactos adversos na performance destas organizações.

As Empresas Familiares possuem um desafio extra ao tentar implementar boas práticas de Governança Corporativa, uma vez que seus acionistas e executivos comumente lidam com conflitos pessoais e familiares, não necessariamente relacionados ao dia a dia da organização.

No caso das Empresas Familiares, é essencial haver distinção entre propriedade e gestão. Apesar de tecnicamente parecer simples, na prática não é trivial fazer com que todos os sócios, que são também parentes, consigam definir regras claras para situações comuns como: atuação de sócios em cargos executivos, distribuição de dividendos entre sócios executivos e não executivos, oferta de benefícios econômicos aos herdeiros e familiares, etc.

Algumas medidas, já comuns em empresas de capital aberto ou controle pulverizado, são recomendáveis também para as Empresas Familiares. São elas: constituição de um Conselho de Administração com representantes independentes, elaboração de um Planejamento Estratégico, formalização do Acordo de Acionistas, acompanhamento do Orçamento Corporativo e Indicadores de Performance, etc.

Nas próximas edições, a FC Partners irá explorar a fundo cada uma das medidas mencionadas acima, assim como principais dificuldades que vivenciou durante a implantação de suas empresas investidas e clientes nos últimos anos.

 

Artigo escrito por Pedro Fenati – Associado da FC Partners

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