A gestão da Necessidade de Capital de Giro (NCG) é um dos elementos cruciais para o sucesso de uma empresa, independente do setor produtivo no qual ela está inserida. A importância em dominar o conceito não está apenas em conseguir gerir o fluxo de caixa, mas também na eficácia das estratégias de longo prazo como no crescimento sustentável, financiamento e lucratividade.
A administração do NCG possui forte influência na saúde financeira de uma empresa, podendo comprometer principalmente sua capacidade de honrar os compromissos, visto que seu efeito decorre das relações de curto prazo (Ativos e Passivos Circulantes Operacionais).
Conforme abordado nos artigos A Importância do Fluxo de Caixa, Governança Corporativa: Orçamento Empresarial e Governança Corporativa: Orçamento Base Zero, as empresas dispõem de uma série de indicadores, ferramentas e informações para auxiliar na tomada de decisão, sendo a NCG um desses indicadores.
A NCG de uma empresa pode ser decomposta através da análise do Ciclo de Conversão de Caixa (CCC), que traduz o número de dias do ciclo de caixa e o capital necessário para manter o negócio em continuidade.
- Prazo Médio de Pagamento (PMP): estimativa quanto ao tempo médio decorrido entre as compras efetuadas, mas não se limitando somente a Fornecedores (também incluem saldos de Folha de Pagamento, Compra de Matéria Prima, Impostos e Despesas Fixas) e seu desembolso (pagamento).
- Prazo Médio de Estocagem (PME): estimativa quanto ao tempo médio decorrido entre a produção/estocagem de um produto até a sua comercialização.
- Prazo Médio de Recebimento (PMR): estimativa quanto ao tempo médio decorrido entre a ocorrência das vendas (produto ou serviço) e seu efetivo recebimento do recurso.
A partir da análise conjunta dos indicadores acima, pode-se determinar, portanto, a Necessidade de Capital de Giro (NCG), que é representada matematicamente, pela diferença entre os investimentos no giro (Ativo Circulante Operacional) e os financiamentos (Passivo Circulante Operacional).
Segundo o Portal Contábeis, em uma pesquisa realizada pelo Sebrae-SP, 27% das novas empresas fecham as portas no primeiro ano, chegando a 50% as que encerram as atividades nos 4 primeiros anos. A mesma pesquisa identificou que, entre as 6 principais causas de falência, 3 estão relacionadas a ações do empresário que levam à deterioração da saúde financeira do negócio, e um dos principais equívocos diz respeito à falta de atenção a Necessidade de Capital de Giro.
Para que o emprego do capital na produção seja otimizado, o gestor precisa fazer com que o processo de estocagem/produtivo e faturamento (PME e PMR) sejam os mais curtos possíveis, e que também tenha melhores prazos (alongados) na compra de insumos com os seus fornecedores (PMP).
Em qualquer Orçamento Empresarial que vise o crescimento sustentável, é preciso que o gestor tenha atenção nos efeitos da NCG. Crescimento de produção precisa não somente de investimentos em ativos imobilizados no longo prazo, mas precisa também da imobilização de capital ($ NCG) que a permitam bancar o efeito crescimento. Crescer a qualquer custo, apenas priorizando o Lucro Líquido, pode criar uma armadilha financeira irreversível.
ARTIGO ESCRITO POR ISABELLE COSTA – ASSOCIADA DA FC PARTNERS
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