Em um mercado em constante transformação, com tecnologias, soluções e empresas disruptivas, torna-se essencial a organização e melhoria contínua das empresas. Após a definição do Planejamento Estratégico, abordado com detalhes no artigo GOVERNANÇA CORPORATIVA: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, inicia-se o acompanhamento dos Objetivos e Metas, importantes indicadores que visam fortalecer o posicionamento e crescimento da empresa no mercado.

É comum observar dificuldades relacionadas às definições de Objetivos e Metas, e muitas companhias interpretam de maneira equivocada estes dois conceitos.

De forma sucinta, os Objetivos podem ser definidos como resultados quantitativos e qualitativos desejados pela empresa, ou seja, é o propósito de realizar algo, é aonde se quer chegar. Serve como guia para que o Planejamento Estratégico esteja da direção da Visão da companhia. Já as Metas são a quantificação necessária para a empresa atingir os Objetivos, ou seja, as Metas mensuram o que os Objetivos desejam alcançar. As Metas são específicas, enquanto os Objetivos são mais abrangentes.

Segundo Costa (2007), cabem aos Objetivos e às Metas apresentarem desafios ao Planejamento Estratégico, que devem ser tangíveis e possíveis de serem realizados. De acordo com Norton e Kaplan (1997), as Metas devem ser ambiciosas e indicar grau de superação para a companhia. Vale ressaltar que bem metrificados e definidos, os Objetivos e Metas tornam mais fácil a execução do Planejamento Estratégico.

A título de exemplo, após realizar a Análise SWOT e pesquisa de mercado, a Empresa X identificou uma oportunidade de oferecer uma nova modalidade de serviços. Sendo assim, foi possível determinar:

  • Objetivo: Oferecer nova modalidade de serviço até o final de 2020.
  • Meta: Faturar R$ 1.000.000,00 com a nova modalidade de serviço em 2021.

É comum que os gestores saibam determinar os Objetivos, porém apresentam dificuldade na definição das Metas. Mas de nada adianta definir e controlar Objetivos se não há um valor planejado para eles. Sendo assim, saber como definir Metas de uma empresa é fundamental para que o ciclo de gestão obtenha êxito.

Uma das metodologias mais famosas e utilizadas no mundo é a definição de Metas SMART:

  • S – Específicos (Specific): Precisas e específicas em relação à parâmetros. Não pode haver margem para dupla interpretação;
  • M – Mensuráveis (Measurable): Quantificáveis e Tangíveis. Devem ser definidas de forma a poderem ser medidas e analisadas;
  • A – Atingíveis (Attainable): Apesar do desafio, os parâmetros devem estar ao alcance. A concretização do que se propõe deve estar presente;
  • R – Realistas (Realistic):  Os parâmetros devem obedecer a realidade. Não pretender fins superiores aos permitidos pelos meios;
  • T – Temporizáveis (Time-bound): Prazo e duração bem definidos. Além de delimitar o horizonte de tempo, existe o efeito motivacional.

É importante ressaltar que, de acordo com a definição T acima, as Metas são temporais e estritamente ligadas à prazos, isso quer dizer que são pequenas ações que devem ser realizadas diariamente para o alcance do Objetivo proposto.

A partir da definição do conjunto de Metas, as mesmas devem ser utilizadas como balizadores a serem perseguidos por todo o time, auxiliando no alcance dos Objetivos Estratégicos contidos no Planejamento.

Todos os setores e colaboradores necessitam estar alinhados com os Objetivos e Metas estabelecidas pelos Sócios e Gestores. Todos devem estar alinhados no intuito de se esforçarem no alcance desses indicadores, do contrário não há razões para estabelecê-los. Quanto mais simples, maiores as chances de os colaboradores entenderem os planos e a empresa obter os resultados esperados.

Após o estabelecimento da Metas, é fundamental traçar os Planos de Ações que possibilitarão o alcance delas. Sendo assim, o monitoramento e acompanhamento periódico das Metas é fundamental, principalmente para identificar erros no curso e corrigir o problema com celeridade.

Os Indicadores de Desempenho, detalhados no artigo GOVERNANÇA CORPORATIVA: INDICADORES DE DESEMPENHO (KPI’S), são importantes aliados no monitoramento e acompanhamento periódico das Metas.

Não é recomendável que Metas sejam alteradas pois essa ação pode demonstrar/gerar: i) erro na definição dos Objetivos; ii) fraqueza dos Sócios e Gestores; iii) insatisfação/desmotivação do time. Ao identificar que uma Meta está abaixo do nível indicado para o período, o Plano de Ação deve ser sofrer alteração, mas não a Meta.

É notória a importância do acompanhamento periódico e sem ele a efetividade das Metas estará comprometida. Existem várias metodologias para o processo de acompanhamento, a mais famosa delas é o Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), capaz identificar que algo necessita ser corrigido para o alcance dos Objetivos mapeados no Planejamento Estratégico pois proporciona uma sequência lógica e possibilita o aumento do conhecimento dos gestores, tornando a tomada de decisão mais efetiva.

O PDCA foi criado com o objetivo acelerar o processo de identificação da causa dos problemas e auxiliar na proposta de soluções. Esse processo é cíclico e em cada repetição pode ser encontrado outro resultado, como a identificação de falhas e mensuração dos fatores cruciais da gestão.

As Metas são essenciais para o alcance dos Objetivos traçados no Planejamento Estratégico. O alinhamento com todo o time se faz fundamental, do contrário os resultados almejados estarão mais distantes. Para a correta implementação do Plano de Metas, o acompanhamento e análise crítica dos Planos de Ações desenhados para o alcance das Metas e Objetivos serão o divisor de águas. As Metas devem seguir a metodologia SMART e sua alteração deve ser discutida em casos extremos pois, de acordo com a máxima de mercado: Missão dada é missão cumprida.

ARTIGO ESCRITO POR PEDRO FENATI – SÓCIO DA FC PARTNERS

Acesse o nosso site: http://www.fcpartners.com.br